Lanches deliciosos e rápidos. Quando se fala em comida de rua, logo se pensa em pastel, cachorro- quente, xis, churros. Um cardápio de clássicos. Mas uma nova onda, que surgiu nos Estados Unidos, chegou com tudo no Brasil e há cerca de três anos cresce no RS.
Na região, essa moda foi lançada pelo Gastronomia Livre, evento itinerante que reúne empreendedores de todo o estado, adeptos ao food truck. Em sua estreia no município, a atividade, que ocorreu junto com a programação oficial de Natal, reuniu mais de três mil pessoas na Praça Menna Barreto.
De acordo com o empresário, Sérgio Pistor, que criou a ação há dois anos, o intuito é levar para o interior do RS a novidade que vem ganhando força em Porto Alegre. Para ele, o principal objetivo dessa modalidade de gastronomia é unir preço acessível com uma pitada de sofisticação e praticidade. “A pessoa chega de bicicleta, estende uma toalhinha no chão, e vê o cozinheiro mexendo nas panelas. Isso que é legal”, comenta.
Conforme Pistor, os food trucks surgiram para popularizar receitas que antes eram tidas como elitizadas, sem que o lugar ou o preço sejam um empecilho para o público. Segundo ele, há pessoas que não vão a restaurantes por achar caro ou não se sentir bem com certas formalidades e ambientes.
Ele considera que o estímulo sensorial é um tempero extra. “A essência é oferecer comida boa e barata. E sentir aquele cheirinho enquanto se espera também é bom”, pondera. A primeira edição estrelense do Gastronomia Livre foi acompanhada de uma grande expectativa, mas, de acordo com o organizador, os resultados foram mais do que satisfatórios.
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No cardápio
De comida vegetariana a receitas de origem germânica, as opções eram variadas. O único fator que coincide no trabalho dos cinco cozinheiros que participaram do evento é o capricho no preparo. De acordo com Pistor, não era possível prever o resultado do evento, mas o histórico de sucessos dava confiança.
Conforme o proprietário e cozinheiro do Food Truck Bruxelas Belgian Waffle, Jerônimo Godoy, de Porto Alegre, o investimento nesse tipo de negócio é tão extenso quanto em atividades convencionais. O forno, construído especialmente para assar massas de diferentes receitas, foi importado da Bélgica.
Para Godoy, ter uma infraestrutura bem organizada é essencial, fatores técnicos nem sempre garantem o sucesso. Ele relata que a recepção do público do interior, às vezes, é mais gratificante do que uma crítica especializada.
Para a cheff Petra Krüger, especializada em cardápios para almoços e jantares particulares, é preciso mudar o conceito clássico de comida de rua. Para ela que em eventos como o Arte na Praça e o Gastronomia Livre monta sua cozinha ao ar livre, provar receitas diferentes é uma forma de conhecer novas culturas.
Nessa edição foi influenciada por sua descendência e pela predominância étnica da região ao escolher o prato principal. Petra preparou uma comida típica alemã, o currywurst, que leva salsichas bierwurst grelhadas e molho com especiarias.
Para ela, cozinhar em um evento que dura quase 12 horas abrange mais do que o preparo dos ingredientes. “É muito amor, a energia e a interação são tão bacanas que nem vemos o tempo passar.”