“Quem mata o tempo não é assassino, mas suicida…”

Opinião

Jonas Ruckert

Jonas Ruckert

Diretor do Colégio Teutônia

Assuntos e temas do cotidiano

“Quem mata o tempo não é assassino, mas suicida…”

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Há dias atrás estive em um congresso para fazer “networking” (capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma conexão com algo ou com alguém)! Mas, não fiz! Fui atropelado por conceitos que, apesar de velhos, foram-me apresentados sob uma nova perspectiva. Isso fez com que na volta para casa, inquieto e incomodado, fosse remoendo os assuntos. Da cabeça não me saía a imagem, com todo respeito às características de cada indivíduo, uma jovem senhora, a de menor estatura, dentre o grupo de palestrantes do dia, todos de muita competência.
 
Entretanto, a fala dessa jovem me incomodou mesmo! E já explico: falou do que pouco tenho: tempo! Contudo, a fala que teve no tempo sua essência não se restringiu apenas aos resultados que obtemos pela gestão dele, mas às consequências do tempo, ou de sua falta. Frases provocantes, chavões como “quem mata o tempo não é assassino, mas suicida, uma vez que mata a si mesmo” tem a clássica condição de gatilho, estartando reflexões e pensamentos sobre o assunto.
 
Pensava eu que internet, Facebook, Instagram, WhatsApp e outros aplicativos mais eram o grande vilão da perda de tempo. Mas não são! Na temática referenciada aos ladrões de tempo, o maior deles está no campo das interrupções. E explico também: pesquisas apresentadas pelo Instituto Deândhela indicam que o ser humano leva sete minutos para voltar ao foco daquilo que estava fazendo pós interrupção. Essa informação me levou à compreensão daquilo que nos países desenvolvidos se pratica nos escritórios, agências e departamentos, com simpáticas plaquinhas informativas nas portas: tempo de conversas para atendimento nos dias e turnos A e B, nos horários X e Y. Registre-se que a questão é cultural, coisa de país de primeiro mundo. De toda forma, os benefícios de quem utiliza essas “técnicas” são perceptíveis em pouco tempo, também aqui.
 
Torna-se decisiva uma postura de readequação do tempo. E dessa balela já estamos cansados! Uma atitude, no entanto, é inevitável: de mudança. Há muito a Banda Legião Urbana já cantava: “tenho andado distraído, impaciente e indeciso…”
 
Se queremos qualidade para o trabalho e também para família as interrupções precisam ser corrigidas. Pesquisa de Stanford comprovou que não se faz duas coisas com excelência. Nem mulheres, nem a nova geração digital o fazem! A expansão de capacidades multitarefas acaba com a inteligência emocional. Neste interim é preciso entender que, no âmago da família, não dá para educar permitindo-se estar distraído com WhatsApp, facebook, Instagram, comerciais e séries de TV. Uma família estabilizada é fruto de muita habilidade… requer foco, tempo. É preciso olho no olho para construir relações sólidas. E, este momento precisa ser sem interrupções. É preciso dar atenção. No trabalho, igualmente.
 
Circunstâncias e situações favoráveis são geradas pela atenção com investimento de tempo. Ora mais, ora menos. Daí surge a premissa de que sucesso é fruto de foco. “Ninguém controla o mar… Tampouco o navio que sujeito às intempéries está. ” Nossa decisão, nossas escolhas para com a direção do leme serão o diferencial. Aliás: as escolhas são liberais. As consequências obrigatórias. Torne-se senhor do tempo. Uma coisa de cada vez! Cada coisa em sua vez! É o que penso. É minha opinião.

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