Mercado crescente e  (ainda) pouco explorado

Opinião

Thiago Maurique

Thiago Maurique

Jornalista

Coluna publicada no caderno Negócios em Pauta.

Mercado crescente e (ainda) pouco explorado

Por

Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Enquanto a maior parte dos players do mercado tenta desvendar o comportamento dos novos consumidores – que os experts chamam de milleniuns, alfas ou alguma outra nomenclatura da moda –, o avanço da população acima de 60 anos representa uma nova fronteira para os negócios.
As projeções do IBGE indicam que a população idosa representará quase 30% do total de brasileiros até 2050. Mas, o perfil desses consumidores, que hoje já representam cerca de 15% da população, passa longe dos esteriótipos de outrora para a terceira idade.
Usando as palavras do neurocientista Nelson Spritzer, estamos diante da primeira geração de “supervelhinhos”, idosos ativos física e sexualmente, conscientes, articulados e que usam tanta tecnologia quanto os tais alfa-milleniuns.
Parte do empresariado já compreendeu esse fenômeno. Sobram exemplos de academias, agências de viagens, construtoras, escolas de idioma e informática que criaram produtos e serviços exclusivos para o público 60+.
Na semana passada empresários do Vale do Taquari colocaram a região na vanguarda dos empreendimentos para esse público. Em um investimento de R$ 35 milhões, o condomínio Sunday Village Care oferecerá moradia, serviços de saúde e opções culturais, esportivas, artísticas e de entretenimento, em uma área de 14 hectares localizada em Fazenda Vilanova.
Serão dez edifícios e 123 lotes para construção de residências particulares. Um verdadeiro complexo destinados aos “supervelhinhos” que não abrem mão da liberdade, mas também entendem a necessidade de manter os cuidados com a saúde.

Mulheres da Federasul na Fruki

Cics - Federasul
O projeto Aceleradora de Mulheres, desenvolvido pela Federasul, promoveu no dia 24 de julho uma visita técnica à sede da Fruki, em Lajeado. Ciceroneadas pela gerente de relações institucionais da empresa, Fabíola Eggers, o grupo conheceu as instalações da fábrica e ouviu a bonita história construída pela empresa ao longo de seus 95 anos.
A visita é a quarta do projeto da Federasul que aposta no protagonismo feminino. Ao todo, serão realizadas seis visitas técnicas em empresas de destaque no RS. O Aceleradora de Mulheres encerra no Congresso da Federasul, em Gramado, nos dias 25 e 26 de outubro.
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Opinião

Jornada cresce e mostra força do Vale

Um dos paradigmas da mudança geracional que afeta as empresas é a divisão entre gestores que cobram o cumprimento irrestrito de horário no local de trabalho, e aqueles que preferem definir metas e deixar os profissionais fazerem as tarefas onde e como quiserem – desde que cumpram com os prazos.
A produtividade dos trabalhadores brasileiros é considerada uma das mais baixas do mundo. Rendemos um quarto do que um trabalhador norte-americano, mesmo com mais horas de labuta – 44 semanais, contra 38 dos Estados Unidos.
A reforma trabalhista foi elaborada, entre outras coisas, para elevar os índices de produtividade. A ideia de permitir jornadas de até 12 horas parecia uma solução fácil. Ledo engano. Ficar mais horas no ambiente de trabalho não significa mais rendimento, a menos que se tratem de tarefas simples e repetitivas, dessas que os robôs fazem muito melhor.
Há inúmeros outros fatores que implicam na baixa produtividade do brasileiro. Os principais são a infraestrutura precária e uma burocracia que implica em perda de tempo para cumprir obrigações que nada tem a ver com a produção em si.
Investimentos em educação, pesquisa, desenvolvimento, tecnologia e logística poderiam melhorar muito os índices.
Em uma entrevista ao Negócios em Pauta, a presidente da Fruki, Aline Eggers, ilustrou bem essa discussão. Antes de entrar na empresa da família, ela trabalhava em uma grande companhia que valorizava as pessoas que ficavam além da carga horária regular, mesmo que não apresentassem resultados efetivos. Uma métrica de exaltação à ineficiência.
A gestão moderna, adotada pela Fruki, aposta em metas. A estratégia é definir o objetivo e a data de entrega, deixando o trabalhador livre para desenvolver a tarefa. Mede-se o desempenho com base nas coisas concluídas, não no tempo empenhado.
Quando esse modelo está incrustado na cultura da empresa, melhoram os resultados e os índices de satisfação dos profissionais. Quanto mais satisfeito estiver um trabalhador, maior será sua produtividade, algo que o empresariado nacional costuma ignorar. Infelizmente, a medida utilizada é quase sempre baseada no tempo em que as pessoas ficam no trabalho.
Mesmo sem fazer nada.
Boa Leitura!

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