Julgamento falho

Opinião

Julgamento falho

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Tudo nessa vida é baseada em experiências pessoais. E compreender isso é a chave para o respeito, tolerância e resiliência. Em uma sociedade cada vez mais imediatista, poucos são os que conseguem romper essa bolha e enxergar as histórias alheias sob um ponto de vista mais amplo e neutro.
A nossa mente é viciada em fazer julgamentos. O estudo do psicólogo Alex Todorov, da Universidade americana de Princeton, comprova que o fazemos tão rápido que sequer conseguimos tempo de usar a razão. Segundo a pesquisa, o cérebro decide se uma pessoa é atraente e confiável em uma fração de segundos. A resposta é tão rápida que a nossa “primeira impressão”, chamada na pesquisa de “julgamentos relâmpago de caráter”, geralmente não é feita em tempo suficiente para ser racional. Em outras palavras, a sua predisposição de julgar diz muito mais sobre você.
Li esta semana uma frase impactante que circulou nas redes sociais: “Quando entendemos que toda opinião é uma visão carregada de história pessoal, compreendemos que o julgamento é o uma confissão”. Não se sabe quem é o autor, mas presume-se que seja alguém sensato. Ser machista, racista, homofóbico, xenofóbico e intolerante conta uma longa história sobre o indivíduo que o é, mesmo que a sua frase tente falar do outro.
Não entender as decisões alheias e julgá-las sobre as suas próprias perspectivas pode não ser justo quando você nem sequer se esforçou para enxergar de fato “o lado de lá”. Planificar as próprias conclusões sob uma perspectiva maquiavélica de que “os fins justificam os meios” é preocupante. “Era um drogado mesmo, bem feito que morreu.
Um a menos”. A verdade por trás dessa frase fala mais sobre quem a profere do que sobre quem foi mencionado.
Certa vez, levei puxão de orelha quando reclamei de uma pessoa da família e das decisões que tomou. Me perguntaram: “Você estava lá? Viu nos olhos dela o que ela sentiu? Ouviu pelos ouvidos dela o que lhe disseram? Não? Então você não pode julgá-la dessa forma”. Nunca mais fui a mesma. Descobri que a atitude mais bonita do ser humano não é nem o amor, que traz benefício próprio, mas o respeito, que beneficia a todos.

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