Paciência esgotada

Editorial

Paciência esgotada

O imbróglio em torno dos reparos necessários na ERS-423 é um teste para a paciência da comunidade regional. O caso já foi tema de inúmeras negociações, alvo de pelo menos três protestos, virou inquérito do Ministério Público e parou na…

O imbróglio em torno dos reparos necessários na ERS-423 é um teste para a paciência da comunidade regional. O caso já foi tema de inúmeras negociações, alvo de pelo menos três protestos, virou inquérito do Ministério Público e parou na Justiça.
Imprescindível para o desenvolvimento da microrregião que envolve Progresso, Marques de Souza e Pouso Novo, parte da estrada teve o asfalto retirado pelo Daer no início de 2018, com a promessa de recapeamento, que até hoje não se efetivou. O resultado é uma estrada caótica, incondizente com a necessidade logística local.
02_AHORAO último impasse que travou novamente a obra é o débito do estado com a empreitera licitada relativo a outros serviços prestados em Cachoeira do Sul e Bento Gonçalves. Sem o pagamento do Piratini, a empresa se nega a continuar o asfaltamento no Vale, sem uma perspectiva clara de receber.
Além de ser um perigo diário aos motoristas, gera danos aos veículos e trava o desenvolvimento local. Buracos, poeira, falta de sinalização e curvas sinuosas. O cenário é lamentável para o único acesso dessas cidades à BR-386, ao restante de Vale e do estado.
Como escoar a produção dos municípios essencialmente agrícolas? Como garantir o deslocamento seguro de quem precisa trafegar pela via? A situação da 423 é o retrato da ineficiência estatal na área de infraestrutura logística. E, mais uma vez, a imagem estampa a capa do A Hora.
Por mais que sejam compreensíveis as dificuldades financeiras do Estado, é inaceitável a situação verificada na ERS-423. Moradores das cidades diretamente afetadas merecem uma reposta à altura dos transtornos causados pela desorganização. Por maior que seja a penúria do Piratini, é inaceitável que um simples conserto na estrada seja tão complexo.
O Vale do Taquari espera agilidade dos órgãos responsáveis para contornar o impasse. É inconcebível tamanha dificuldade para uma população que exige apenas o direito de ir e vir, com segurança e dignidade.

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