Um discurso de estadista

Opinião

Ardêmio Heineck

Ardêmio Heineck

Empresário e consultor

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Um discurso de estadista

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Ouvi a manifestação de Bolsonaro na abertura da Assembleia da ONU, terça-feira. Não na hora do pronunciamento, mas à tardinha, com fone no ouvido para ter concentração total. Isto, por dois motivos: formar opinião antes da versão unilateral do “Jornal Nacional”, à noite, e ter convicção de publicar a preocupação crescente que sinto com a visível tentativa de manipulação da opinião pública, em detrimento do bem maior do país. Sempre senti orgulho ao ver o presidente do Brasil abrir as assembleias da ONU, tradição histórica desde que este organismo foi criado. Cada qual que ocupou aquela tribuna o fez ao seu estilo, ciente da importância de lá bem representar o país.
Na fala de Bolsonaro vi a mesma linha. Não agressivo, mas firme. Não ufanista, mas realista. Um estadista, posicionando-se claramente com relação aos assuntos abordados. Um patriota, porque disse não à tentativa de intromissão de outros países em nossas questões. Patriota e cidadão porque bateu na corrupção, defendeu a democracia, a moral, os bons costumes e os valores espirituais. Combateu a manipulação da opinião pública e defendeu a livre expressão, não a comprada com verbas públicas.
Só que alguns colunistas (os mesmos) fizeram outra leitura, como de hábito, pinçando partes da fala e dando sua interpretação para poderem puxar manchetes depreciativas.
Quanto ao Jornal Nacional daquele dia, extrapolou na tendenciosidade habitual. Pelo conteúdo que passou, nada viram de bom na fala do nosso presidente. Faltando argumentos, valeram-se de contrapontos frágeis: dois ex-embaixadores, com falas por certo editadas, além de um grupo de pretensos indígenas que estariam em Nova Iorque representando suas comunidades. Mais pareciam uma ala de Escola de Samba do que legítimos representantes do índio brasileiro.
Dos presidentes da República que vi assumir, nenhum foi combatido assim. O contraponto a Lula, nos primeiros meses, também foi intenso, mas não tanto. Pensava que o embate que Bolsonaro sofre desde que eleito fosse político, ideológico. Vê-se que não, mas comercial. Não é ação do PT (onde tenho grandes amigos e que tem em seus quadros políticos que admiro), mas de segmentos da grande imprensa, quem sabe para retomar as rédeas do país através do seu poder de comunicação. São o chamado “quarto poder”, somados ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Só que mais contundentes porque tem a faculdade de se comunicar com dezenas de milhões de brasileiros.
O posicionamento dos presidentes, mais à esquerda, ao centro ou à direita, é inerente à sua doutrina partidária. As críticas aos adversários também sempre fizeram parte do processo democrático. Agora, sempre num debate interno, nosso, brasileiro. Jamais, entreguista, dando espaço a políticos (ou os tais “especialistas”) de outros países que meramente querem usufruir de nossas riquezas naturais.
Diferente do que dizem, não é Bolsonaro que fomenta a polarização. Tem seu jeito próprio de se manifestar, como Kubitscheck, Jânio, Goulart, Castelo Branco, Médici, Costa e Silva, Geisel, Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer o tiveram. Quem fomenta a polarização é a ala da imprensa deste combate sem trégua e tendencioso, a um valor nacional que é o presidente da República. Alternam-se partidos, ideologias e presidentes. Contudo, o que permanece constante é o Brasil e os brasileiros. E estes pedem respeito, disciplina, soberania e patriotismo, como axiomas básicos ao desenvolvimento econômico e ao bem-estar social. Vai em frente, Bolsonaro! Para isto, foste eleito. Da minha parte, continuo usufruindo de bons momentos de convívio familiar ao desligar o televisor na hora do Jornal Nacional.

Ardêmio Heineck – ardemio@bewnet.com.br

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