Desde a infância, a música está presente na vida da professora Maria Inês Lermen. Quando criança, cantava e tocava com a família. O interesse a levou a aprender sobre instrumentos como a harpa e se especializar em Musicoterapia no Rio de Janeiro. Atualmente, ela coordena o Grupo de Harpas e Violões de Lajeado.
• Como iniciou o seu envolvimento com a música?
Meus pais sempre fizeram da música uma forma de comunicação, interação, união e alegria. Quando moraram em Progresso, tinham um coral e uma Jazz Band, contribuindo para o desenvolvimento desta comunidade. Também incentivaram os filhos a aprender música e, assim, formamos um grupo musical, que tocava em eventos de forma gratuita. Isso foi um legado importante em nossas vidas.
• Quando você percebeu a necessidade de se criar um grupo de harpas e violões?
Me dediquei ao ensino da música inicialmente com jovens e crianças, em Montenegro. Lá, regi a Orquestra Infanto Juvenil, onde pude observar como a música pode operar transformações nas pessoas. Depois, comecei a trabalhar com grupos de adultos usando o violão para musicalizar. Com o tempo, criei performances de palco onde englobava teatro, poesia, percussão e mobilização de encenação. Estes shows, também de Natal, percorreram mais de cem cidades gaúchas, onde a surpresa é a faixa etária, a leveza do espetáculo e principalmente a alegria do grupo. Nos apresentávamos com o nome Grupo de Harpas e Violões de Lajeado. Somos amadoras e não recebemos financiamento por parte de nenhuma entidade.
• O que representa para os integrantes fazer parte do grupo?
Tenho certeza que cada integrante do grupo cresceu como pessoa, se descobriu musical, desfez a mística do “a música é só para poucos detentores de um dom” e consegue levá-la a outros ambientes. Assim, Lajeado e redondezas ficam mais vibrantes. Acredito que faz a diferença em suas vidas, como fez e faz também em minha vida.
• Como é a rotina atual dos músicos?
Em atividade, está o Grupo de Harpas de Lajeado, que segue o estudo e pesquisa sobre as possibilidades do instrumento e a origem. O instrumento, na realidade, nasceu nas Missões Jesuíticas do RS construído por indígenas guaranis e padres jesuítas nas oficinas da atual Santo Ângelo, e que hoje é conhecido como Harpa Paraguaia. O grupo, que segue levando o nome de nossa cidade, possui repertório variado, belo, interage com dança em músicas portenhas, repertório italiano de canções românticas, músicas gaúchas, eruditas, repertório natalino e outras mais.
MATEUS SOUZA – mateus@jornalahora.inf.br