Mais três cidades decretam situação de emergência no Vale

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Mais três cidades decretam situação de emergência no Vale

Já são nove municípios que assinaram decreto. Sério, Cruzeiro do Sul e Dois Lajeados registram perdas acima de 60%

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Mais três cidades decretam situação de emergência no Vale
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Apesar das precipitações registradas nos últimos dias trazerem alívio aos produtores, as perdas registradas em função da estiagem nos últimos meses faz aumentar a lista de municípios a decretar situação de emergência.

Com a declaração das cidades de Sério (dia 16), Cruzeiro do Sul (dia 17) e Dois Lajeados (ontem), chega a dez o número com prejuízos expressivos nas lavouras e dificuldades no abastecimento de água potável.

Prefeito de Sério, Elir Sartori, enumera perdas significativas nas lavouras de tabaco (40%), milho destinado para silagem (35%) e pastagens anuais e perenes (40%), além da bovinocultura de leite (30%) e avicultura de corte. “O abastecimento de água em várias propriedades, as quais eram guarnecidas por poços artesianos ou mesmo vertentes, foi muito afetado”, observa.

Já em Cruzeiro do Sul, de acordo com o prefeito em exercício João Dullius, as perdas chegam a R$ 9,5 milhões. “O setor mais afetado é o de grãos. Produtores de leite e milho relatam uma queda de 30% na produção. A falta de chuva atrapalhou o desenvolvimento da pastagem e na silagem”, pontua o coordenador da secretaria de Agricultura, Gerson Kolling.

Insuficientes
De acordo com a prefeita em exercício de Dois Lajeados, Fabiana Giacomin, as chuvas recentes são insuficientes para recarregar nem mananciais, nem o nível de água do solo, o que compromete o abastecimento para fins de consumo humano e para os animais. “O setor primário é a base da nossa economia. Por isso precisamos adotar medidas e auxiliar os prejudicados”, comenta.

Levantamento da Emater aponta perdas de 30% na produção de milho em grão e silagem, 40% na safra de uva, 205 no leite, 25% na soja, 30% nos citros e 60% nas pastagens.

Perfuração de poços
Representantes da Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e da Federação das Cooperativas Agropecuárias do RS (FecoAgro-RS) estiveram reunidos na manhã de ontem para compilar propostas para amenizar e enfrentar os efeitos da falta de chuva.

Para o governador em exercício, Luís Augusto Lara, será necessário reforçar o pedido de apoio ao governo federal. “A cada cinco anos, enfrentamos o problema, mas sempre parece que é a primeira vez. Temos de enfrentar o tema com pressão política, vontade e orçamento”, garantiu.

O secretário da Agricultura em exercício, Luiz Fernando Rodriguez Júnior, anunciou algumas ações pontuais, com a construção de poços artesianos. “Serão furados até 30 poços emergencialmente”, disse.

Municípios afetados
Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Boqueirão do Leão, Canudos do Vale, Progresso, Estrela, Dois Lajeados, Sério, além de Mato Leitão e Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. No Estado chega a 74 as cidades que decretaram situação de emergência. Nenhuma prefeitura teve o pedido homologado. Esse processo depende dos governos estadual e federal.

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