Planejamento deve incluir “plano B”

Negócios em Pauta

Planejamento deve incluir “plano B”

Com mercado dinâmico, empresas enfrentam o desafio de estabelecer estratégias para cenários distintos

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Planejamento deve incluir “plano B”
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As velozes mudanças da sociedade, e as consequentes transformações no comportamento do consumidor trazem grandes desafios para as organizações. O primeiro workshop Negócios em Pauta de 2020 adentrou nas estratégias das empresas para planejar e cumprir metas em meio às incertezas do mercado.

Realizado no Salão de Eventos da Acil, o workshop teve como debatedores a diretora do Senac Lajeado, Etiene Azambuja, o diretor Comercial da Bebidas Fruki, João Carlos Miranda e o CEO da Medical San, Mauro Santos Filho.
Para Etiene, o planejamento deve continuar norteando as ações de todas as organizações, mas é fundamental ter flexibilidade para alterar os rumos em caso de mudanças no cenário. “O desafio é encontrar um ponto de equilíbrio para não flexibilizar ou engessar demais os processos.”

Conforme Etiene, ter uma equipe coesa, com clareza do propósito da empresa, ajuda a alcançar os objetivos e avaliar mudanças sem perder o rumo. No caso da Fruki, empresa com 850 funcionários e um planejamento estratégico a cada cinco anos, os desafios são ainda maiores. “O ano de 2019 foi o mais imprevisível da minha carreira comercial”, afirma João Carlos Miranda.

Segundo o diretor comercial, para cumprir o propósito definido pelo conselho no planejamento estratégico, muitas ações são decididas no cotidiano. “Todo dia definimos muitas coisas em função de clima, ações da concorrência e mudanças no comportamento do consumidor.”

Para o CEO da Medical San, hoje é preciso ter mais de um plano de ação para conseguir cumprir as metas. Conforme Mauro Santos Filho, em um mercado dinâmico e veloz como o da saúde e estética, ter alternativas se torna fundamental para corrigir erros e redefinir os rumos do negócio.

Cita como exemplo a criação de um novo produto, que entrará no mercado esse ano. Lembra que todos os equipamentos de saúde e estética precisam ser registrados na Anvisa e no Inmetro, em um processo que demora de 8 a 10 meses.
Segundo ele, a escolha era entre um produto mais caro com valor agregado e um mais enxuto, com custo menor. “Registramos as duas opções, deixamos os dois produtos prontos e agora vamos entender qual delas o mercado está disposto a comprar.”

Fator humano

Diante da velocidade das mudanças, o dinamismo precisa fazer parte da característica das equipes de profissionais. Conforme o CEO da Medical San, todos os funcionários da empresa são treinados para entender três funções diferentes. “Quando minha analista de crédito sai de férias, tenho automaticamente uma colega para desempenhar a função.”

Segundo ele, essa característica permite que uma empresa com 50 funcionários consiga crescer a cada ano. “O segredo é trabalhar com pessoas extraordinárias”, afirma. A empresa possui um sistema de métricas de desempenho para avaliar a contribuição de cada funcionário, e oferece oportunidades com base na meritocracia.
“Quem quer ganhar acima do dissídio, tem que ter uma pontuação acima da média”, ressalta. Para Filho, os números ajudam o empresário tomar as decisões pela razão e não pela emoção, assegurando o profissionalismo do negócio.

Conforme João Miranda, a política de contratação da Fruki prioriza pessoas que queiram evoluir e estudar. O diretor afirma que mesmo em funções como auxiliar de entrega, a exigência mínima é o ensino médio completo e alguns cursam o ensino superior. “O mercado exige que as pessoas entendam rápido as informações e orientações, por isso a importância de um bom nível intelectual.”

Miranda lembra que a Fruki concorre em mercados dominados por grandes players mundiais, e que mesmo diante da queda no consumo de refrigerantes, por exemplo, a empresa continua crescendo. “Entramos em cerveja faz menos de dois anos e a nossa concorrente é a Ambev. Ainda assim, crescemos nesse mercado com um produto de valor agregado maior.”

Para alcançar a competitividade necessária, o diretor afirma ser necessário garantir que a equipe esteja constantemente atualizada. Segundo ele, todos os vendedores recebem grande volume de informação em seus smartphones para compreender as necessidades dos clientes e consumidores finais.

Etiene Azambuja considera fundamental esse investimento na qualificação das equipes. Segundo ela, ainda existem empresas que não investem na formação de seus funcionários por medo de perdê-los para o mercado e com isso perdem a oportunidade de evoluir.

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