A política e o porto em Estrela

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

A política e o porto em Estrela

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

31 01 2020_DIVULGAÇAO_COLUNA MARTINI_TEXTO PRINCIPALA demora no processo de municipalização do Complexo Portuário Presidente Ernesto Geisel começa a gerar burburinhos nos bastidores. Opositores ao prefeito Carlos Rafael Mallmann (MDB) utilizam esse “atraso” para atacar o gestor e desmerecer a busca pelo controle do Porto em Estrela. Um clima desnecessário. Afinal, a utilização da área é reivindicada por empreendedores ávidos por novos investimentos e o prefeito não concorrerá à reeleição.
Há críticas pontuais e com fundamento, é verdade. Mas o processo para a “conquista” do porto deveria ser uma luta de todos. Uma política pública para Estrela – e Vale do Taquari. Um projeto sem bandeiras e sem partidos. A conclusão ou não do processo de municipalização do porto não deve influenciar grandes coisas no momento do eleitor votar em outubro, penso eu. Logo, não vejo motivos para a Oposição engatar a marcha ré.
Fato é que um processo de municipalização de um porto federal (e por vezes estadual) é lento. É desgastante. Por vezes, é impossível. No caso do complexo portuário em Estrela, a proposta vem avançando a passos decentes. As perspectivas de concluir toda essa negociação entre município, Estado e União são boas. E alguns empresários da região e também de fora do Vale do Taquari enxergam com bons olhos toda aquela estrutura.
Estrela busca fazer o que outras cidades fizeram ou ainda tentam fazer. Guardadas as devidas proporções (principalmente de movimentação e geografia), o porto de Itajaí, em Santa Catarina, passou por processo semelhante nos primeiros anos da década de 90. Contando com a participação de diferentes representações da sociedade e do poder público, o município lutou durante cinco anos pela gerência do complexo portuário. E venceu.
À época, os principais argumentos eram baseados na estagnação da atividade portuária no município, e no grande distanciamento (não necessariamente físico) estabelecido entre a entidade administradora, o porto e os atores municipais. Faltava um estreitamento das relações produtivas entre o tecido urbano e a plataforma portuária. Isso gerou um ambiente muito burocratizado e freou as atividades econômicas. Algo semelhante ao caso estrelense.
O porto de Estrela não está no mesmo patamar do porto de Itajaí, eu sei. Mas isso não significa aceitar que o complexo portuário do Vale do Taquari esteja fadado ao desaparecimento. Com uma produção cada vez mais pulverizada no mundo, que valoriza a circulação produtiva (por meio de redes territoriais de agregação de valor), e neste momento em que a lógica hub and spokes se consolida, é preciso acreditar no potencial do porto. Eu acredito!


Vai e vem nos partidos

O vai e vem de correligionários persiste nos bastidores da política lajeadense. Guilherme Bolsi, que atuava como Assessor Parlamentar do vereador Ederson Spohr (MDB), deve ser candidato a vereador pelo PSDB. Já o MDB anuncia a filiação de Cassio Bonfadini, mais conhecido na noite lajeadense por “Perdigão”. Entre os nomes mais pomposos, ainda restam dúvidas sobre o futuro dos vereadores Neca Dalmoro (PDT) e Paulo Tóri (PPL). No PP, o nome da presidente do Sindicato dos Professores, Mara Goergen, ganha força para concorrer em outubro.


31 01 2020_DIVULGAÇAO_COLUNA MARTINI_RGEResposta da RGE

Em resposta às recentes – e recorrentes – críticas, a RGE apresentou um interessante controle. Durante o ano de 2019, as equipes de fiscalização realizaram 635 inspeções contra fraudes e furtos de energia em Lajeado. Nestas operações foram detectadas 161 ligações irregulares e a energia recuperada chega a 448,92 MWh, o suficiente para abastecer 249 residências por um ano, levando em consideração um consumo médio de 150 kWh ao mês para cada.


31 01 2020_DIVULGAÇAO_COLUNA MARTINI_Kobra na UnivatesContra a grosseria, a arte

Um antropólogo, uma escritora e um pedagogo. Nenhum “energúmeno”. A Univates presenteou alunos, professores e comunidade com uma verdadeira obra de arte assinada pelo artista muralista, Eduardo Kobra. As caricaturas de Darcy Ribeiro, Clarice Lispector e Paulo Freire enobrecem o prédio 1 da instituição. Servem, de certa forma, como resposta a quem usa a ofensa pessoal como defesa. E sim. Eu estou falando de Jair Bolsonaro e sua posição grosseira em relação ao Paulo Freire.


31 01 2020_DIVULGAÇAO_COLUNA MARTINI_predio AcisamSede da Câmara em Arroio do Meio

O fato de municípios menores possuírem sedes para suas respectivas Câmaras de Vereadores – Capitão é um exemplo – incomoda políticos arroio-meenses. E com razão. Uma cidade com a importância de Arroio do Meio merece um Legislativo mais aprumado. Hoje, os parlamentares possuem apenas uma sala cedida na prefeitura municipal, com acesso constrangedor aos cadeirantes, por exemplo.
Ao mesmo tempo, é inaceitável que se gaste cifras exorbitantes em uma nova sede. É preciso equilibrar a necessidade física com a disponibilidade orçamentária do município. Grosso modo, não é preciso construir um castelo, mas também não dá mais para ficar só com uma pequena sala cedida. Recentemente surgiu a possibilidade de adquirir parte do reformado prédio da ACISAM (FOTO). Os valores iniciaram em R$ 1,5 milhão e hoje giram em torno de R$ 800 mil.
Há também sugestões para que a Câmara de Vereadores ocupe algum outro prédio público, evitando assim maiores gastos com aluguel ou mesmo aquisição de prédio privado. Mas reforço: são apenas sugestões e muito provavelmente o assunto não deve evoluir tanto assim durante o ano de 2020. Ou seja, e tal como em Lajeado e Teutônia, teremos novos capítulos da novela sobre sede própria do Legislativo em 2021.

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