O crescimento urbano de Lajeado comprova a dificuldade cultural do brasileiro em planejar o futuro. Foram pelo menos três décadas em que a maior cidade da região se transformou. Deixou para trás o perfil agrícola e se converteu em um centro comercial e de serviços do Vale do Taquari.
Por outro lado, a organização local não acompanhou essa dinâmica social. Como resultado, vias saturadas, poucas áreas para expansão, saneamento básico insuficiente e uma alta densidade demográfica no centro e bairros próximos.
Frente ao desafios, mais uma vez o parlamento de Lajeado tem a oportunidade de avançar sobre o Plano Diretor. Promessa do presidente Lorival Silveira é que o projeto será avaliado e votado em breve.
Como o novo planejamento urbano está em voga, os vereadores precisam auxiliar na busca pelo caminho mais consensual o possível.
Em 2017 o governo contratou uma consultoria e após uma série de audiências formulou o projeto para o futuro. O desafio de agora está em seguir esses apontamentos. Faz parte das características do país a descontinuidade. Com mudanças de administração, costuma-se deixar de lado o que foi feito para se adotar novas ideias.
Após anos longe dos olhos da sociedade, a organização urbana retorna ao espectro social. O planejamento é uma ferramenta fundamental para saber onde se está e para onde é preciso ir.
Com o Plano Diretor de Lajeado, há avanços nesse sentido. O problema foi a demora para debater quais mudanças precisam ser feitas nas regras. Por muito tempo, foram feitos ajustes pontuais, por vezes, baseados em interesses específicos e com pouca transparência.
As dificuldades enfrentadas por Lajeado são muito similares a outras cidades de médio e grande porte. Importante que cidades menores implantem modelos sustentáveis desde agora. Caso contrário, repetirão os mesmos erros nas próximas décadas.
O relógio não para e por vezes o tempo atropela quem não se organiza. O mesmo vale aos municípios. A diferença de uma cidade preparada para os dias que virão e aquela que apenas tenta corrigir quando o problema está posto está na amplitude da visão sobre como deve ser o futuro.