Um momento histórico para o cooperativismo regional. Pela primeira vez, organizações associativas se unem em um projeto. De um lado a Certel, com o plano de edificar a hidrelétrica Vale do Leite. No outro, as cooperativas de crédito Sicredi de Lajeado, Teutônia, Encantado e Soledade, com o financiamento da obra de R$ 45 milhões.
De acordo com o presidente da Sicredi Integração RS/MG, Adilson Metz, essa parceria tem em sua base o conceito de intercooperação. “Mais uma vez a nossa região faz história. Esta parceria garante que recursos do Vale permaneçam aqui. Estão sendo usados para gerar renda, emprego e desenvolvimento”, afirma Metz.
Os detalhes dessa nova usina serão apresentados hoje, durante as comemorações dos 64 anos da Certel. O complexo no Rio Forqueta terá capacidade para gerar 6,4 megawatts de energia. Conforme o setor técnico da instituição, é suficiente para atender uma população de 20 mil pessoas.
O evento ocorre hoje, a partir das 11h na sede do CTG Tropilha da Serra, em Pouso Novo. Segundo o presidente da Certel, Erineo Hennemann, a hidrelétrica faz parte do plano de ampliação da oferta de energia elétrica.
O lançamento terá ainda a assinatura da licença prévia da Fepam para instalação da hidrelétrica, a confirmação do financiamento entre cooperativas e do empréstimo de R$ 10 milhões do Banco Regional de Desenvolvimento (BRDE) para melhorias na infraestrutura de distribuição de energia e aplicação em novas tecnologias nessa área.
Energia limpa e renovável
Quando entrar em funcionamento, dentro de 18 meses, será a terceira usina própria da Certel. Hennemann diz que é uma obra prioritária pois proporciona mais segurança para geração de energia da cooperativa.
A preparação da área para receber o empreendimento já foi iniciada e os projetos de impacto ambiental foram finalizados. A movimentação diária de escavação começa no próximo mês, afirma o presidente.
A construção fica entre os municípios de Pouso Novo e Coqueiro Baixo. Pelo inventário do Rio Forqueta, há um indicativo da possibilidade do curso d’água ter sete Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Duas estão em funcionamento, em Salto Forqueta (São José do Herval e Putinga), e a Rastro de Auto (nas áreas de Putinga e São José do Herval).
Pelos critérios da Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto da hidrelétrica Vale do Leite é considerada como renovável e limpa. Pela entidade, PCHs com índice acima de 4 megawatts por quilômetro quadrados. O complexo em construção no Rio Forqueta alcança 12 megawatts.
Em relação às outras fontes, como a eólica e a solar, que precisam ser conjugadas com a térmica devido à intermitência, a energia extraída das águas é mais segura e costuma ser um terço mais barata.
