Sincericídio na Câmara de Lajeado

Opinião

Rodrigo Martini

Rodrigo Martini

Jornalista

Coluna aborda os bastidores da política regional e discussão de temas polêmicos

Sincericídio na Câmara de Lajeado

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Atualizado quinta-feira,
20 de Fevereiro de 2020 às 11:46

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

As indicações políticas para cargos em repartições públicas agitam os bastidores em Lajeado. O sincericídio de alguns vereadores na sessão passada chamou a atenção do público, e os fatos narrados podem gerar consequências. Além disso, também chama atenção – de forma negativa – a naturalidade com a qual determinados agentes tratam esse desrespeito aos princípios administrativos. E este jogo vai gerar danos à Situação e à Oposição.

Sincericídio na Câmara II

Sobre a empresa ARKI, Ernani Teixeira (PTB) chutou o balde. “Vão achar formiguinha em tudo que é fatia de pão. Política é assim. Jogam um travesseiro de penas para cima, e depois não juntam as penas. Não sei se tem algum vereador que não teve funcionário na Arki. Eu pedi emprego para um jardineiro. É o melhor em Lajeado. Tenho um ‘coitadinho’ lá que ganha um salário pequeninho. Eu pedi para colocar ele lá, e ele executa o trabalho dele.”

Sincericídio na Câmara III

Ildo Salvi (REDE) foi direto. Ele foi líder de governo durante parte da gestão do ex-prefeito Luís Fernando Schmidt (PT), e garante: havia indicações em diversas empresas. “O vereador Nilson do Arte (PT) foi indicado pelo ex-prefeito para a ICOS”. Também afirma que Sérgio Kniphoff (PT) e Carlos Ranzi (MDB) indicaram parentes ou pessoas próximas para cargos públicos. “Coloquem a mão na consciência. Que moral vocês tem para criticar alguém”, questiona.

Sincericídio na Câmara IV

Mariela Portz (PSDB) defendeu o atual governo. “No governo do ex-prefeito Luís Fernando Schmidt eram 180 Cargos Comissionados (CCs). Já no governo de Marcelo Caumo são 107 CCs.” Ela também afirma que o vereador Waldir Blau (MDB) indicou uma funcionária na Secretaria de Meio Ambiente. “É normal”, diz ela. Presidente da Câmara, Lorival Silveira (PP) se manifestou. “Não vejo problema no vereador indicar alguém. Mas tem que ser competente.”

Sincericídio na Câmara V

Neca Dalmoro (PDT) criticou eventuais desinformações, mas foi imprecisa. Sobre a suspensão judicial – por meio de liminar – do edital para os serviços que hoje são prestados pela Arki, em 2019, ela disse. “Não foram os vereadores que disseram que houve direcionamento. Foi a Justiça.” Não é bem assim. A citação sobre eventual direcionamento partiu do denunciante, na inicial da ação. Não se trata de uma conclusão do magistrado.

Sinceridício na Câmara VI

A ex-presidente da Câmara também criticou a transparência do governo municipal. Ela lembrou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para tentar anular a lei que obriga o Executivo a disponibilizar, no site, a lista dos funcionários contratados pelas terceirizadas. “Se a Arki já entregou a lista, qual a dificuldade para divulgar”, questiona a pedestista. “Sabemos que na Arki os funcionários são indicados por políticos. Já a Univates fez seleção”, provoca.

Sincericídio na Câmara VII

Sérgio Kniphoff (PT) ironizou a postura de colegas. “Houve reconhecimento por parte de alguns vereadores. Aqui mesmo, durante a sessão. Já houve uma espécie de assumir a própria culpa {…} Esta é a velha política”, alfinetou, se referindo às promessas de “nova política” do prefeito Marcelo Caumo. O petista também se defendeu de eventuais acusações. “Eu nunca indiquei nome para cargo no Executivo ou em qualquer empresa terceirizada pela prefeitura.”

Sincericídio na Câmara VIII

Por ora, os vereadores de Oposição fizeram muito barulho sobre a Arki, mas eles não apresentaram provas concretas de eventuais improbidades no contrato. Apenas insinuações. Sobre isso, alguns parlamentares prometem novidades (e nomes) para as próximas sessões. Nessa terça-feira, Neca Dalmoro (PDT) deu uma leve mostra do que está por vir. Segunda ela, foram contratadas esposas e parentes “de vereadores e assessores”.


Bastidores em Arroio do Meio

Em Arroio do Meio, o vereador Paulinho Volk (MDB) ainda não confirma se vai concorrer à reeleição em outubro. Ele está no quarto mandato e precisa resolver problemas particulares antes de decidir o futuro na política. Nos bastidores, muitos apostam na ida dele para a Secretária de Obras, em abril, liberando o atual secretário Paulo Heck para concorrer a vereador, e abrindo espaço para o suplente Sérgio Cardoso assumir uma cadeira na Câmara.


PP e MDB em Estrela

Ainda sobre as recentes movimentações em Estrela, Paulo Finck (PP) vai retirar oficialmente sua pré-candidatura a prefeito. Ele quer compor chapa como vice do Comandante Cesar (MDB) – ou Coronel César. A decisão, entretanto, enfrenta resistência entre Progressistas jovens e experientes. “Para vice, temos o Pedro Barth, que tem interesse. Não pretendo fazer coligação com MDB. E qualquer composição passa pelo diretório”, afirma o presidente em exercício do PP local, o vereador e presidente da Câmara, João Braun, que prefere uma união com o PL.


Últimos movimentos!

Pré-candidato a prefeito de Estrela, Paulo Argeu Fernandes busca uma liminar favorável para presidir o PDT municipal. Há divergências entre ele e membros do Diretório Estadual. Guilherme Engster (FOTO), Diretor da Seplade e hoje sem partido, também estaria interessado em assumir o diretório municipal, mas o destino dele deve ser mesmo o PP. Ainda em Estrela, a aproximação entre o PSL e o DEM é quase inevitável.

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